O Cultura no Prato se aventurou na lama do tradicional Jockey Club, em São Paulo, para contar o que de melhor ocorreu no Lollapalooza 2013. Em meio a rostinhos bonitos e felizes, com suas camisetas de grupos legais (e nem tão legais assim), diversas bandas tocaram ao longo dos três dias de evento.
No primeiro dia só deu Killers. A banda liderada pelo vocalista Brandon Flowers, filho do Bono Boxx (hehe), soube tirar proveito do dia no qual algumas apresentações não agradaram muito, como o show ‘estranho’, para alguns, do Flaming Lips, que exagerou na dose ‘viagem experimental’. Sendo assim, o Killers literalmente jogou para a torcida, desfilando hits antigos e novos como “Somebody Told Me”, “Mr. Brightside”, “Runaways” e “Miss Atomic Bomb”.
O segundo dia chegou e com ele atrações de peso como Black Keys, Queens of the Stone Age, Franz Ferdinand, Alabama Shakes e Gary Clark Jr. Como os horários de Franz e Alabama coincidiram, fui obrigado a escolher e, considerando o fato de já ter visto o competente grupo escocês duas vezes, optei pelo estreante Alabama Shakes, da diva Brittany Howard.
O Alabama focou o repertório do show em seu primeiro disco, Boys & Girls, e mandou sucessos como “Hold On”, “You Ain’t Alone” e “I Ain’t the Same”. O ponto alto fica por conta da belíssima voz da vocalista Brittany Howard. Ao fim da apresentação, ouvi comentários do pessoal que voltava do Franz como: “foi o melhor (show) até agora”. É possível ter ideia de como foi a performance por lá, não é mesmo?
Antes do Alabama, vale destacar também o incrível Gary Clark Jr., que faz um rock-blues ao estilo Jimi Hendrix, com pitadas pop. “Bright Lights” tem um poder surreal ao vivo, canção que é forte candidata a ”momento mágico do evento”.
Hora do Queens of the Stone Age, uma das bandas mais aguardadas do Lolla 2013. Com baterista novo, o QOTSA trouxe o mago Josh Homme novamente ao Brasil e um repertório competente na bagagem. Foi insano: “No one knows”, “Burn the witch” e “Little Sister”, entre outras canções, fizeram o publico pular sobre a lama que cobria boa parte do chão do Jockey. Ainda sobrou tempo para a inédita “My God Is the Sun”, que também agradou.
O final do segundo dia de festival tinha o duo Black Keys como principal atração. O setlist girou em torno dos discos Brothers (2010) e El Camino (2011), mas surpresas como “Thickfreakness”, faixa-título do segundo álbum da dupla, também apareceram no repertório. Cabe dizer também que houve certa injustiça com o Black Keys, principalmente, em relação a comentários feitos nas redes sociais.
O ótimo momento da dupla no cenário internacional fez com que eles fossem escalados para fechar o sábado, tocando depois do Queens – banda que algumas pessoas defendiam como headliner do dia. Para analisar um artista, antes de tudo, é preciso conhecê-lo. Vale a pena refletir. Defesa feita, confesso que o lado direito do palco apresentou falhas, deixando a guitarra baixa, mas nem esse fator tirou o brilho da apresentação. Que foi linda, sim.
O terceiro o último dia chegou com a seguinte missão: ver as bandas Hives e Pearl Jam. O grupo sueco fez um show poderoso, até pessoas que estavam em frente ao palco principal, na espera pelo Pearl Jam, rasgaram elogios ao Hives. Também pudera, com o vocalista Howlin’ Pelle Almqvist endiabrado, como uma espécie de filho do Mick Jagger, o Hives mostrou todo o seu punk-garage-rock numa apresentação devastadora, com direito a palmas, autógrafo para fá enlouquecido, momento estátua (famoso nas apresentações do grupo) e hits como “Hate to Say I Told You So”, “Main Offender”, “Tick Tick Boom” e “Go Right Ahead”. Show perfeito.
A magia do Lollapalooza, com todos os eventuais defeitos de qualquer evento grande, chegou ao fim com o gigante Pearl Jam, do carismático Eddie Vedder. O grupo norte-americano fez um show “greatest hits”, como não poderia ser diferente para uma banda consagrada. Lá estavam os clássicos “Alive”, “Jeremy” e “Do the Evolution”, para alegria geral, que foi ainda maior por conta dos ótimos covers de The Who, “Baba O’Riley”, e Ramones, “I Believe In Miracles”. Menção honrosa também aos brasileiros Criolo e Planet Hemp, cujos shows não deixaram nada a desejar aos gringos. Que venha o Lollapalooza 2014!
A seguir, alguns vídeos com os principais destaques: