Homenagem ao maestro que nunca existiu

Daniel Tauszig e Leonardo Padovani interpretam canções do maestro Malitchewsky (crédito: Divulgação).

Sempre que um grande nome da música morre, seja ele artista erudito, roqueiro rebelde ou sambista boêmio, as homenagens póstumas inevitavelmente ocorrem. Às vezes, pelo simples fato da comoção gerada pela morte, até mesmo quem jamais apreciou o trabalho do finado resolve aparecer. Você obviamente deve se lembrar de algum fato semelhante. Aposto.

A morte do maestro Dobromier Malitchewsky e as consequentes homenagens de seus principais pupilos, interpretados por Daniel Tauszig e Leonardo Padovani, são abordados no espetáculo musical Let’s Duet – Homenagem a Malitchewsky (vídeo abaixo), em cartaz no teatro Tucarena, às quartas-feiras, até 26 de novembro (exceto os dias 24 de setembro e 12 de novembro). Quem assina a direção é Gustavo Miranda.

Daniel Tauszig e Leonardo Padovani, ambos virtuosos músicos, elaboraram um espetáculo que passeia pelas músicas pop e erudita, cuja narrativa que exibe boas doses de humor negro, sobre as releituras de obras de Malitchewsky elaboradas pelos aprendizes invejosos do maestro, arranca risos e reflexões atuais. Pouco importa se Dobromier Malitchewsky jamais existiu, pois na peça, ele é tão importante quanto Bach, Mozart e Schoenberg.

Serviço:

Let’s Duet – Homenagem a Malitchewsky

Local: Tucarena – Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes.

Até 26 de novembro (Todas as quartas-feiras, exceto 24/9 e 12/11).

Horário: às 21h.

Duração: 70 minutos.

Classificação: 16 anos.

Vendas Ingresso Rápido: http://www.ingressorapido.com.br/.

Informações: (11) 4003-1212.

Espetáculo “4ª reticência” estreia em São Paulo

Os atores Ed Fuster e Karen Francis, na peça "4ª reticência" (Foto: Divulgação).
Os atores Ed Fuster e Karen Francis, na peça “4ª reticência” (Foto: Divulgação).

Dirigido e escrito por Ed Fuster e Karen Francis, o espetáculo 4ª reticência aborda a temática dos relacionamentos, visando despertar reflexão sobre diversidade ao questionar as estruturas consideradas “corretas”. Ao optar por uma narrativa que, vez ou outra, usa elementos da comédia, a ideia é retratar a rotina do casal Jorge e Ana de forma realista, com as simbologias que dão margem a sensações variadas.

“Fazer esse espetáculo tem sido uma experiência de descobertas onde nos permitimos sentir, vivenciar e transformar nossa expressão em cenas com linguagens particulares, com estéticas variadas. Fomos donos da nossa arte e agora nosso desejo é compartilhar o resultado disso tudo”, explica Karen Francis.

O espetáculo chega ao teatro Macunaíma para curta temporada, de 3 a 25 de maio, sempre aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h. Ed Fuster e Karen Francis foram premiados nas últimas edições do Festival de Teatro Cidade de São Paulo, tradicional evento da cidade voltado ao teatro.

Serviço:


4ª reticência
Texto, direção e atuação: Ed Fuster e Karen Francis.
De 3 a 25 de maio.
Sábados, às 21h, e Domingos, às 19h
Teatro Macunaíma – Rua Adolfo Gordo, 238.

Ingressos pela internet ( www.ingresso.com.br).
Informações: (11) 3217-3400
Estacionamento: R$ 15.

Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).

Relatos de bonecos-testemunha

 

Recursos tecnológicos e bonecos são recursos explorados pela dramaturgia do espetáculo Ubu e a Comissão da Verdade (vídeo acima), peça que poderá ser conferida no Teatro João Caetano, nos dias 15 e 16 de março, em São Paulo. A montagem integra 1ª Edição da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo.

O espetáculo traz à tona a temática da Comissão da Verdade, que atua como mecanismo capaz de expor as feridas provocadas por medidas autoritárias e violentas do estado, e faz referência (sem citar diretamente) às atrocidades do apartheid. Outra sacada é a menção ao texto Ubu Rei (1888), do dramaturgo francês Alfred Jarry.

Sob a direção de William Kentridge, a companhia Handspring Puppet traz a São Paulo uma peça que mescla linguagens para narrar um tema que já foi amplamente debatido em nossos países vizinhos, mas que somente agora começa a engatinhar no Brasil. Que bonecos-testemunha nos ensinem a lidar melhor com o nosso passado.

Serviço:

1ª Edição da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo

Ubu e a Comissão da Verdade

Dias 15 e 16 de março.

Teatro João Caetano – São Paulo.

Sesc Pompeia recebe espetáculo “Tira Meu Fôlego”

Foto: Divulgação.
Foto: Divulgação.

“O que acontece quando um bailarino contemporâneo, para quem a dança se tornou muito mais uma questão de produção de conhecimento, do que de expressão subjetiva, para quem o potente e bem vindo entendimento de dança como pensamento do corpo é fundamental, o que acontece quando esse bailarino contemporâneo se vê obrigado a simplesmente ‘dançar apaixonadamente’?”, pergunta a diretora Elisa Ohtake, na tentativa de resumir a temática de Tira Meu Fôlego, espetáculo de dança que chega ao Sesc Pompeia, no próximo dia 31 de janeiro.

A proposta de convocar os bailarinos a viverem no palco emoções extremas serve de alicerce para a dramaturgia assinada por Ohtake. Segundo a diretora, chegar a uma situação de intensa vitalidade, talvez a mais drástica de todas, ocorre por conta de um sentimento: a paixão. A exigência (ou provocação), no entanto, também é experimentada pela dramaturga, que se nega a “sair de fininho” e integra o elenco no espetáculo.

Se no filme El Secreto de Sus Ojos (2009), de Juan José Campanella, “la pasión” é capaz de desvendar um misterioso crime, em Tira Meu Fôlego ela questiona a todo o momento o nível de entrega dos bailarinos. Como obter a resposta? Elisa Ohtake prevê um caminho árduo: “nem que tenhamos que oscilar, desesperados, entre a paixão, no sentido vital da palavra, e a mera espetacularização das emoções”.

Serviço:

Tira Meu Fôlego

Direção: Elisa Ohtake.

Onde: espaço cênico do Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93 – 11 3871-7700).

De 31 de janeiro a 23 de fevereiro. Sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 18h.

Recomendado para maiores de 12 anos.

Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) e R$ 4,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).

Informações sobre outras atrações: 0800-118220 ou acesse o portal www.sescsp.org.br.

São Paulo recebe mostra de teatro de rua

 

Trata-se de uma maratona de espetáculos. A cidade de São Paulo se prepara para receber, entre os dias 20 e 29 de setembro, a Mostra Sesc de Teatro de Rua, evento que irá reunir companhias brasileiras e internacionais, durante 68 sessões em 17 unidades do Sesc localizadas na Capital, Grande São Paulo e Litoral.

A abertura vai ocorrer nesta sexta-feira (20), às 20h30, em um espaço especial, charmoso e que dialoga com a história da cidade: o Parque da Independência, no bairro do Ipiranga. A apresentação que dará início ao evento será a peça Os Gigantes da Montanha, da companhia mineira Grupo Galpão (vídeo acima), dirigida por Gabriel Villela.

Entre os 21 coletivos que integram a programação, destaque para o grupo pernambucano Magiluth, que irá encenar a peça Luiz Lua Gonzaga, cujo texto é inspirado no lendário músico brasileiro, já a companhia paulistana Buraco d’Oráculo mostrará ao público a montagem Ópera do Trabalho e SerTãoSer.

A Mostra Sesc de Teatro de Rua ainda terá os grupos internacionais Tuig (Holanda), que vai apresentar a peça Schraapzucht (Hábito), e os italianos do Teatro Due Mundi, com o espetáculo Fiesta. Segundo a organização do evento, foram considerados os seguintes quesitos para selecionar os coletivos participantes: diversidade de técnicas, representação regional das companhias e variedade de formatos.

“A experiência é muito rica e contribui para uma pesquisa ampliada. Como os curadores são de várias cidades, este processo compartilhado de curadoria também fortalece o vínculo da rede Sesc como um todo”, diz Armando Fernandes, coordenador da Mostra e assistente da Gerência de Ação Cultural do Sesc SP.

 

Serviço:

Mostra Sesc de Teatro de Rua.

De 20 e 29 de setembro.

Onde: 18 cidades do Estado (Capital, Grande São Paulo e Interior).

A programação completa está no site www.sescsp.org.br/teatroderua.

Peça leva temática do narcotráfico ao Sesc Vila Mariana

Projeção da imagem de Pablo Escobar, ao fundo da peça “Discurso de um Homem Decente” (Foto: Divulgação).
Projeção da imagem de Pablo Escobar, ao fundo da peça “Discurso de um Homem Decente” (Foto: Divulgação).

O ficcional discurso político do traficante Pablo Escobar, encontrado em um papel no bolso de sua camisa, era mantido em segredo pela CIA. A morte do criminoso, ocorrida em 2 de dezembro de 1993, foi uma vitória contra o crime organizado, mas mesmo assim a guerra contra o narcotráfico jamais terminou.

A peça Discurso de um Homem Decente, que a companhia colombiana Mapa Teatro leva ao Sesc Vila Mariana, entre os dias 10 e 11 de julho, começa justamente quando a tal carta é revelada ao mundo. A partir daí, a trama mescla documentos verídicos e ficcionais – como o bilhete póstumo do traficante –, conduzida por personagens como a médium-intérprete que se propõe a decifrar as palavras de Escobar, o perito em narcoterrorismo, uma apresentadora de TV e um grupo musical.

O espetáculo de clima fantasmagórico funde o real e o imaginário para questionar um dos principais problemas da humanidade: o combate às drogas. Discurso de um Homem Decente passou recentemente pelo Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto e é todo em espanhol – com legendas em português. O grupo Mapa Teatro nasceu em 1984 e no ano passado participou do Festival de Avignon, com a encenação Los santos inocentes.

Serviço:

Discurso de um Homem Decente

Dias 10 e 11 de julho, às 21h.

Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141).

Informações: 5080-3000 ou www.sescsp.org.br.

Teatro, rock e Angeli

Na peça “Os Parlapatões Revistam Angeli”, o famoso grupo de teatro paulistano recria famosas tirinhas do cartunista Angeli (Foto: Divulgação).
Na peça “Os Parlapatões Revistam Angeli”, o famoso grupo de teatro paulistano recria famosas tirinhas do cartunista Angeli (Foto: Divulgação).

 

O rock conduz as encenações inspiradas no universo do cartunista Angeli, cujo palco ainda exibe projeções com as lendárias tirinhas do artista. No ambiente descrito, surgem Rê Bordosa, Os Escrotinhos, Bob Cuspe, entre outras figuras, durante o espetáculo Os Parlapatões Revistam Angeli, em cartaz no Espaço Parlapatões. A trilha sonora é assinada por Branco Mello (Titãs) e a direção é de Hugo Possolo.

A ideia do grupo de teatro é prestar homenagem ao artista Angeli, atualmente com trabalhos publicados periodicamente na Folha de S.Paulo – famoso também por usar humor e ironia ao elaborar charges sobre política.

Destaque para a atriz Paula Cohen que, em entrevista recente ao programa Metrópolis (TV Cultura), afirmou ter baseado a interpretação da personagem Rê Bordosa em descrições físicas da personagem, feitas pelo próprio Angeli em uma publicação comemorativa.

 

 

Serviço:

Os Parlapatões Revistam Angeli

Sábados às 23h59, no Espaço Parlapatões.

Praça Franklin Roosevelt, 158.

Informações: (11) 3258-4449.

Preço: R$ 40 e R$ 20 (meia).

Teatro Alfredo Mesquita recebe peça “Noites Brancas”

Atores do N8 Coletivo Teatral, na adaptação teatral para “Noites Brancas”, de Fiódor Dostoiévski (Foto: Divulgação).
Atores do N8 Coletivo Teatral, na adaptação teatral para “Noites Brancas”, de Fiódor Dostoiévski (Foto: Divulgação).

 

O russo Fiódor Dostoiévski batizou o célebre texto Noites Brancas, publicado em 1848, inspirado no fenômeno natural homônimo, que ocorre em regiões próximas aos polos do planeta. Em um determinado período do ano, mesmo após o pôr do sol, a noite permanece clara. A magia proporcionada pela natureza é o palco para o surgimento da narrativa que aborda o romance entre dois jovens sonhadores.

O texto de Dostoiévski acaba de ganhar nova adaptação do grupo N8 Coletivo Teatral, em cartaz no Teatro Alfredo Mesquita até 2 de junho. “Diferente de outros enredos, em que há uma constante preocupação social, Noites Brancas coloca o social em outro plano para falar de temas como o amor, o sonho e a solidão, vivida pelas pessoas que habitam as grandes cidades”, explica a atriz Barbara Riethe, sobre a obra do autor russo.

O elenco ainda é formado por Lipe Lima, João Paulo Pedote, Marcela Pereyra e pelo ator convidado João Paulo Azevedo. A peça integra um projeto do N8 Coletivo Teatral que leva clássicos da literatura ao teatro.

 

Serviço:

Noites Brancas

Texto: Fiódor Dostoiévski.

Elenco (N8 Coletivo Teatral): Barbara Riethe, João Paulo Pedote, Lipe Lima e Marcela Pereyra.

Ator Convidado: João Paulo Azevedo.

Até 2 de junho.

Sextas e sábados, às 21h. Domingos às 19h.

Local: Teatro Alfredo Mesquita.  

Endereço: Avenida Santos Dumont, 1770, Santana.

Telefone: (11) 2221-3657.  

Ingressos: R$10 (inteira) e R$5 (meia).

Jovens e revolucionários

O espetáculo “Edukators” é inspirado no filme homônimo dirigido pelo austríaco Hans Weingartner, em 2004 (Foto: Divulgação).
O espetáculo “Edukators” é inspirado no filme homônimo dirigido pelo austríaco Hans Weingartner, em 2004 (Foto: Divulgação).

O cineasta austríaco Hans Weingartner lançou em 2004 o filme Edukators (vídeo abaixo), que narra a trajetória de três jovens revolucionários. Agindo secretamente, os protagonistas Peter, Jule e Jan invadem mansões, alteram os móveis de lugar e deixam um bilhete ameaçador: “seus dias de fartura estão contados”. Frase perturbadora para os alvos do grupo.

A amizade dos jovens é testada na prática do “amor livre”, que marcou a contracultura do final da década de 60 – Peter e Jan mantêm relações amorosas como Jule. O trio ainda precisa enfrentar outro grande desafio, quando após uma invasão fracassada, os três são obrigados a sequestrar o proprietário de uma das residências.

Com direção de João Fonseca e dramaturgia de Rafael Gomes, o drama Edukators ganha uma bela adaptação teatral, espetáculo que pode ser conferido no Sesc Belenzinho, em São Paulo, até 26 de maio. No elenco, Edmilson Barros, Fabrício Belsoff, Natália Lage e Pablo Sanábio.

 

Serviço:

Edukators

De 12 de abril a 26 de maio.

Sesc Belenzinho. 

Rua Padre Adelino, 1000, Belém – São Paulo. Tel.: (11) 2076 9700. 

Sextas e sábados, às 21h30; aos domingos, às 17h.

Ingresso: R$ 24.

Bilheteria: das 9h às 21h30 (terça a domingo). Ingressos também em toda a rede Sesc.

Estacionamento (R$ 6 – primeira hora).

Maratona shakespeariana

Cena da peça “Antônio e Cleópatra”, que integra a maratona de espetáculos “Fragmentos de William Shakespeare” (Foto: Divulgação).
Cena da peça “Antônio e Cleópatra”, que integra a maratona de espetáculos “Fragmentos de William Shakespeare” (Foto: Divulgação).

 

O mundo das artes celebra o nascimento do dramaturgo inglês William Shakespeare em 23 de abril de 1564. Considerado um dos maiores escritores de todos os tempos, Shakespeare escreveu peças que exploram a complexidade da alma humana, levadas ao teatro inúmeras vezes, mas que jamais perderem o poder de nos causar empatia.

Para comemorar o aniversário do escritor, a maratona de peças Fragmentos de William Shakespeare leva ao Teatro Next, nos dias 16, às 16h, e 23 de março, às 18h, sete peças que integram o legado shakespeariano. Entre os destaques estão obras obrigatórias na literatura universal como “Hamlet”, “Romeu e Julieta” e “Antônio e Cleópatra”, textos que ganharam adaptações no teatro e também no cinema.

Preste atenção nos conflitos provocados pelos amores proibidos em Romeu e Julieta e “Antônio e Cleópatra”. Já o clássico texto de “Hamlet” aborda as amarguras que envolvem um ato de vingança.

Serviço:

Fragmentos de William Shakespeare

Direção: Lilian Luchesi.

Iluminação: Ivan Fagundes.

Figurinos: Fernanda Emediato e Bugs Arts Produções.

Cenografia: Fernanda Emediato.

Local: Teatro Next. Rua Rego Freitas, 454, República – São Paulo.

Preço: R$ 17 (não aceita cartões).

Terraço surreal

O texto de Jean-Claude Carrière propõe o encontro entre o real e o fantástico (Foto: Divulgação).
O texto de Jean-Claude Carrière propõe o encontro entre o real e o fantástico (Foto: Divulgação).

O texto O Terraço, assinado pelo escritor francês Jean-Claude Carrière, parceiro de longa data do importante diretor Luis Buñuel, ganha adaptação teatral sob direção de Alexandre Reinecke e tradução de Henrique Benjamin.O texto foi indicado ao prêmio Les Molières e mescla o real e o fantástico.

A narrativa é ambientada na França, no momento em que um casal passa pelo processo de separação. O divórcio iminente faz com que ambos decidam alugar o apartamento, cujo principal atrativo é um misterioso terraço. A visita de candidatos interessados no espaço gera uma relação estranha entre os personagens e o casal em crise. As imagens surreais que o texto de Carrière propõe ganham ar cômico como surgimento de figuras divertidas que passam a interagir com a rotina dos protagonistas.

Jean-Claude Carrière teve parte de sua obra relacionada ao surrealismo e é por meio desta temática, onde o real e o fantástico se encontram, que a peça explora os caminhos da loucura humana. Cabe ao espectador se deixar levar pelo inconsciente e refletir sobre este belo texto.

 

 

Serviço:

O Terraço

Texto: Jean-Claude Carrière.

Tradução: Henrique Benjamin.

Direção: Alexandre Reinecke.

Até 31 de março.

Teatro Nair Belo.

Menção no Google e show no Sesc. Dia para celebrar Gonzagão!

 

Para ser digno de receber um Doodle – homenagem na página inicial do gigante Google – é preciso ter relevância histórica, fator que, convenhamos, o pernambucano Luiz Gonzaga tem de sobra. Por conta disso, o músico recebeu a belíssima menção na manhã de hoje, 13 de dezembro, dia no qual é celebrado o centenário de seu nascimento. A combinação zabumba, triângulo e sanfona, instrumentos conhecidos no baião e no forró, emergiu do Recife acompanhada pela voz de Gonzagão, porta-voz do sertão nordestino, terra de vida dura, clima desgastante e palco de algumas histórias tristes como o episódio de Canudos – conflito ocorrido no interior do estado da Bahia.

Comemorar o legado de Luiz Gonzaga à altura de sua importância é algo impossível de ser feito em um simples texto, mas, de maneira breve, vale ressaltar que nomes como Gilberto Gil, Raul Seixas e Nação Zumbi, em algum momento de suas carreiras, beberam na fonte Gonzagão. Sem contar, claro, os clássicos absolutos da música brasileira que o músico imortalizou, como “Baião” (1946), “Asa Branca” (1947), “Siridó” (1948) e “Juazeiro” (1948), entre muitos outros.

Sesc Pinheiros

Pegando carona nas diversas comemorações ocorridas ao longo deste ano, entre elas o filme de Breno Silveira, o Sesc Pinheiros recebe, entre os dias 14, 15 e 16 de dezembro, o espetáculo Clássicos do Baião: Tributo a Gonzagão, idealizado pela  Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pelos artistas potiguares Caio Padilha, Camila Masiso, Khrystal, Valéria Oliveira, Wigder Valle.  

A apresentação é uma iniciativa da segunda edição do projeto Parcerias Sinfônicas Sesc e visa render tributo ao Rei do Baião. O show irá mesclar música, teatro, poesia, tecnologia e arte circense – já que Gonzagão também foi artista do circo – com o repertório focado nos principais sucessos do grande Luiz Gonzaga. Coisa fina.

Serviço:

Clássicos do Baião: Tributo a Gonzagão

Dias 14, 15 e 16 de dezembro. Sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 17h.

Sesc Pinheiros: Rua Paes Leme, 195.

Local: Teatro Paulo Autran (1010 lugares).

Não recomendado para menores de 10 anos.

Ingressos: R$ 24,00 (inteira); R$ 12,00 (usuário inscrito no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino) R$ 6,00 (comerciários e trabalhadores em empresas do comércio de bens, serviços e turismo).

Tel.: 3095.9400.

A eterna crise existencial do príncipe Hamlet (e nossa também)

O ator Thiago Lacerda vive Hamlet, na peça dirigida por Ron Daniels (Foto: Divulgação)

 

Ron Daniels é um mago especializado na arte de dirigir peças. Sua formação começou na Fundação Brasileira de Teatro no Rio de Janeiro, cujos estudos e dedicação lhe renderam a habilidade para dirigir peças de Tchekov, Brecht e O”Neill. Em 2000, recebeu o  prêmio de Melhor Produção do Ano, com o espetáculo “Rei Lear”, e em seguida construiu uma carreira brilhante no exterior.

Agora, Daniels está de volta ao Brasil para dirigir o clássico Hamlet, de William Shakespeare, espetáculo que traz Thiago Lacerda no papel do lendário príncipe dinamarquês. A narrativa é universal e bastante conhecida: Hamlet deseja vingar a morte do pai, envenenado pelo tio, que em seguida casou com sua mãe. O texto de Shakespeare passeia por temas como vingança, traição e corrupção, assuntos que nos fazem refletir – principalmente no campo da política – nos dias atuais. 

Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, Daniels afirmou que Hamlete, acima de tudo, é um personagem que atravessa uma crise existencial. “Ele se questiona mais do que qualquer personagem shakespeariano. Quer descobrir quem é, onde está e, de quebra, nos faz perceber quem somos”, afirma. A complexidade da peça shakespeariana, com tradução (esta dividida com Marcos Daud) e direção assinadas por Ron Daniels fazem desta versão de Hamlet um espetáculo imperdível.  

 

Serviço:

Hamlet

Texto: William Shakespeare.

Tradução de Marcos Daud e Ron Daniels.

Até 16 de dezembro.

Local: Teatro Tuca, PUC-SP.

Endereço: Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes. Telefone: (11) 3124-9600.

Para obter informações sobre ingressos, clique aqui.

 

Uma adaptação de Brecht para falar sobre a crise do capitalismo

Em 1929, o texto Das Badener Lehrstück Vom Einverständnis, de Bertolt Brecht, fez críticas à crise vivida pelo sistema capitalista da época. Nele, a queda de um avião, que tentava cruzar o Atlântico, é utilizada por Brecht como metáfora para gerar reflexões sobre a grande crise. Hoje, décadas mais tarde, Zé Celso faz sua versão “sampleada e antropófaga” – como ele mesmo define – para criticar as dificuldades econômicas que o primeiro mundo atravessa.

A adaptação de Zé Celso para o texto de Brecht deu origem ao espetáculo Acordes, que pode ser conferido no Teatro Oficina até 23 de dezembro. No espetáculo, a queda do avião irá apresentar quatro tripulantes procurando por socorro. No entanto, a multidão (o público) é que vai decidir o destino dos acidentados.

Acordes é uma Assembleia de Artes com a Atuação do Público no Papel da Multidão. As Artes e a Multidão, separadas ainda pela linha de montagem da Ditadura do Marketing da “Sociedade de Espetáculos”, livres destes limites ainda existentes, cada um se examina, estuda e traz para o próprio Corpo Orgiástico em Êxtase – que sente a queda – a decadência de um velho modelo e inicia o caminho de construção de outro voo para a Economia Verde de um outro Mundo ”, conta Zé Celso.

 

Serviço:

Acordes

Até 23 de dezembro.

Sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h.

Temporada popular R$ 20,00 (inteira), R$ 10,00 (meia) e R$ 10,00 (moradores do Bixiga, mediante comprovação de residência). Desconto de 50% (no valor da inteira) para clientes do cartão Petrobras e acompanhante, e para quem for de bicicleta.

Teatro Oficina (Rua Jaceguai, 520, Bixiga. Tel.: (11) 3106-2818).

Venda de Ingressos: no site www.compreingressos.com ou na bilheteria do Teatro Oficina (nos dias das sessões, uma hora antes do início).

Pouco menos de um quilômetro, nas ruas do Bom Retiro

 

Esmiuçar 958 metros das ruas do Bom Retiro, área que pertence à região central de São Paulo, e conceber personagens tão presentes no cotidiano da cidade quanto o trânsito exigiu uma pesquisa apurada do Teatro da Vertigem. O resultado deu origem à peça Bom Retiro 958 Metros, que acaba de ter sua temporada prorrogada até 16 de dezembro.

No espetáculo, parece estar tudo ali, no seu devido lugar, como a mescla de culturas, os problemas sociais e o consumismo exacerbado. Contudo, o ingrediente mais atraente fica por conta da apropriação de diferentes espaços da cidade, onde os personagens expõem seus vícios e obsessões. Da garota em busca de compras ao rapaz sedento por pedras de crack.

Assim como outros trabalhos do Teatro da Vertigem, como Apocalipse 1,11, elaborado dentro de um presídio, e Kastelo, ambientado ao lado de fora de um prédio na Avenida Paulista, o espectador é conduzido com maestria a inusitados espaços urbanos. A direção é de Antônio Araújo.

 

Serviço:

Bom Retiro 958 Metros

Até 16 de dezembro.

Saída: Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363).

De quinta a sábado, às 21h. Aos domingos, às 19h.

Preço: R$ 30.