O Nobel de Bob Dylan, o texto ampliado

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O fato de Bob Dylan vencer o Prêmio Nobel de Literatura 2016 ultrapassa a discussão do prêmio em si. A escolha de um músico traz à tona a abrangência do que pode ser considerado texto, e neste caso nos deparamos com questões como movência, oralidade e poética, conceitos que emanam na obra do artista acionando percepções e leituras dos textos na cultura.

Menção a uma colega de rede social, que resgatou um belo artigo da pesquisadora e professora da PUC Jerusa Pires Ferreira, a respeito da obra de Paul Zumthor, logo que o prêmio concedido a Dylan foi anunciado. A obra do autor propõe o transbordamento da ideia fechada do texto em seu formato escrito, como escreve Jerusa: “A noção de movência do texto oral, a ênfase na transmissão da força energética e teatralizante que ele assumiu como ‘performance’, no sentido bem definido de ‘texto em presença’, e a ampliação do próprio conceito de texto e de literatura foram indispensáveis para se pensar nas poéticas da voz” – confira o artigo completo aqui.

Inúmeras canções de Bob Dylan materializam essa ideia ampliada de literatura. Na poética dos versos e na densa intertextualidade o músico fez emergir textos da substância de sua obra. Por esse motivo poetas, músicos e acadêmicos dedicados à música celebram a escolha do Prêmio Nobel de Literatura 2016, uma vez que o texto possui variadas formas dentro das relações humanas.

A seguir selecionei a faixa “Desolation Row”, do álbum Highway 61 Revisited (1965), que demonstra como a música também pode ser considerada literatura.

 

 

Resumo musical

Bob Dylan divulga faixa de novo álbum

O lendário – e longe de estar combalido musicalmente – Bob Dylan lança em fevereiro o álbum Shadows in the Night, disco no qual o cantor resgata algumas faixas que ficaram famosas na voz de Frank Sinatra. Nesta semana o músico divulgou a canção “Stay With Me”, que irá integrar o novo trabalho, e também concedeu uma entrevista à revista AARP the Magazine. Sobre Sinatra, Dylan afirmou que: “people talk about Frank all the time. He had this ability to get inside of the song in a sort of a conversational way. Frank sang to you — not at you”.

O novo vídeo do Vaccines

O Vaccines tem trabalhado em seu terceiro álbum de estúdio, ainda sem título, embora alguns nomes tenham circulado no cenário midiático. No início desta semana, o grupo liderado por Justin Young divulgou o vídeo de seu novo single, a faixa “Handsome”. Com uma narrativa que remete à ficção, o tom divertido do clipe ilustra uma proposta sonora enérgica, com traços de rock de garagem e com acordes básicos ao estilo Ramones.

Karen O e o clima “Nouvelle Vague”

O álbum Crush Songs, lançado pela genial Karen O no último ano, ganhou mais um videoclipe que dialoga com sua proposta intimista. A faixa escolhida desta vez é a belíssima “Day Go By”, e a direção do vídeo traz assinatura da dupla de cineastas Vanessa Hollander e Wilson Philippe, que para elaborar o clipe usou imagens de casais adolescentes num “clima Nouvelle Vague” cheio de imagens de romances veraneios – desses que a gente não esquece jamais. Lindeza pura.

O Belle and Sebastian vai ao Conan e toca a bela “Nobody’s Empire”

Com o lançamento do álbum Girls in Peacetime Want to Dance, o Belle and Sebastian deu início a sua mais nova turnê. Nesta semana, o grupo escocês visitou o programa do apresentador Conan O’Brian, e na ocasião tocou a bela “Nobody’s Empire” – uma das faixas mais bonitas do último disco do Belle and Sebastian, clique aqui e confira. Será que o Brasil estará na rota de shows dos escoceses? Aguardemos.

O vídeo cheio de referência do Jon Spencer Blues Explosion

Vídeos que fazem menção a ícones da cultura pop sempre despertam curiosidade, tanto pela riqueza dos signos postos em jogo como também por despertarem no espectador a vontade de identificar as figuras que muitas vezes parecem estar ocultas. A banda de garagem Jon Spencer Blues Explosion lança em 24 de março seu próximo disco, o álbum Freedom Tower – No Wave Dance Party 2015. Nesta semana, o grupo divulgou o primeiro single do novo trabalho, a faixa “Do the Get Down”, um rock funkeado de aura underground, que ganhou um vídeo cheio de fragmentos que fazem referência a clássicos da cultura pop – como o filme Taxi Driver (1976), o grupo punk Ramones e os rappers do Public Enemy, entre outras relíquias.

Encontro entre Beatles e Bob Dylan completa 50 anos

Lennon (esquerda) conversa com Bob Dylan, durante o lendário encontro entro o cantor norte-americano e os Beatles, em 1964.

Foi num quarto do hotel Delmonico, localizado na Park Avenue, em Nova Iorque, onde os Beatles e o cantor Bob Dylan se encontraram pela primeira vez, há exatos 50 anos. À época, o grupo de Liverpool colhia os frutos da beatlemania impulsionada pelos primeiros álbuns do grupo, compostos basicamente por canções de rock que falavam de amor com guitarras à moda Chuck Berry – embora a fórmula de sucesso pareça superficial, amos essa fase deles.

Dizem que foi no encontro com Bob Dylan que os Beatles experimentaram maconha pela primeira vez, pelo menos, é o que relatam grande parte das biografias do grupo inglês. Deixando a erva de lado, o que importa é que o bate-papo com o cantor norte-americano mexeu com o som dos Beatles, não de imediato, e não só por conta dessa conversa, mas o amadurecimento do grupo a partir do disco Rubber Soul (1965) traz reflexos desse contato. Percebe-se, principalmente nas canções compostas por Lennon na segunda metade da década de 1960, uma abordagem bem mais engajada.

Claro que os Beatles sofreram outras influências, como a psicodelia na qual muitas bandas e artistas buscaram inspiração no final dos anos 60, período em que um tal Jimi Hendrix mergulhava em experimentos sonoros que esgotaram as possibilidades da guitarra elétrica.  O que o encontro histórico entre Beatles e Bob Dylan deixa como reflexão casos parecidos também estimularam mudanças na sonoridade artistas importantes.

Outros exemplos

Quando no final da década de 1970 o Clash vai aos Estados Unidos para divulgar o álbum London Calling (1979), o grupo entra em contato com o hip-hop (e outros ritmos), que emanava dos guetos, e esse contato (vídeo abaixo) determinou os rumos do próximo disco da banda de punk rock, o híbrido Sandinista! (1980). Outro exemplo é o encontro entre David Bowie e Iggy Pop. Bowie nunca escondeu que uma de suas fases mais criativas, na qual o músico se denominava Ziggy Stardust, foi inspirada no vocalista dos Stooges. O que dizer então da sonoridade mais sombria que o Arctic Monkeys adquiriu após o álbum Humbug (2009) ter sido produzido por Josh Homme (Queens of the Stone Age)? Não foi coincidência.

O que mais me fascina na música – e nas artes em geral – é a sua capacidade de ser um processo criativo coletivo, fruto de uma mescla de experiências capaz de gerar novas formas e possibilidades de criação.

 

Resumo musical

Mia desconstrói canção Beyoncé em remix

Uma das grandes sacadas das remixagens é o poder que este recurso possui em desconstruir e reeditar, com uma nova roupagem sonora, uma canção. A ótima M.I.A levou esse conceito ao patamar do acerto ao elaborar uma grande versão remix para  “Flawless”, da cantora Beyoncé. A valorização das batidas deu peso à música, que foi rebatizada de “Baddygirl 2″, com direito a alteração em partes-chave da letra, como no verso acrescentado: “men and women are 50/50″. Genial. O remix elaborado pela M.I.A está disponível para audição na plataforma Soundcloud.

 

Blondie completa 40 anos de carreira

Completar 40 anos não é para qualquer banda. Lançar discos como Blondie (1976), Plastic Letters (1977) e Parallel Lines (1978) também não. Por estes e outros motivos é que a banda norte-americana Blondie precisa ser celebrada. Nos últimos dias, a lendária banda tem feito diversas apresentações para comemorar o tempo de estrada e também para promover o lançamento do box Blondie 4(0) Ever, material que reúne a coletânea Hits: Deluxe Redux e o álbum de inéditas Ghosts of Download (clique aqui e ouça!). Nesta semana o Blondie foi ao programa The Daily Show e, entre as canções tocadas, mandaram a inédita “Sugar on the Side” – que na versão de estúdio conta com a participação de Beth Ditto. Parabéns ao Blondie!

 

Chvrches libera show realizado em Londres na web

A banda Chvrches tem sido destacada neste blog, principalmente após o lançamento do álbum de estreia do trio electro-indie, The Bones of What You Believe. O disco recentemente ganhou uma nova versão, com algumas remixagens, entre elas das canções “Gun”, “The Mother We Share” e “Recover”. Nesta semana o grupo formado por Iain Cook, Martin Doherty e Lauren Mayberry divulgou na web o show na íntegra, realizado pela banda em Londres, no mês de março. Clique aqui e assista à apresentação. Sinceramente, acho que já demorou para algum festival trazê-los ao Brasil.

 

Em vídeo, Morrissey pomove novo álbum de maneira poética

Após divulgar a arte da capa de seu próximo álbum World Peace Is None of Your Business (what a name, Moz!), uma das mais legais dos últimos anos, devo admitir, o incrível Morrissey divulgou nesta semana um vídeo no qual promove o lançamento de seu novo disco. Nas imagens, Moz faz uma leitura poética da letra de uma das faixas, ao piano, e em seguida recebe das mãos de Nancy Sinatra a suposta carta com a letra da canção. É o Morrissey flertando com a poesia.

 

Bob Dylan divulga nova canção

O lendário Bob Dylan divulgou nesta semana, por meio de sua página na web, uma versão para a canção “Full Moon And Empty Arms”, de Buddy Kaye e Ted Mossman, mas que ficou famosa na voz de Frank Sinatra. Nesta leitura, Dylan propõe uma sonoridade mais calma, que dialoga com o grande Sinatra, um pouco diferente de seus trabalhos mais focados no folk e no blues-rock, com os quais estamos acostumados. Concomitante à divulgação da faixa, o cantor também anunciou que lançará um álbum neste ano.

Resumo musical

Arctic Monkeys divulga lado B de “Do I Wanna Know?”, a galáctica “2013”

O Arctica Monkeys segue mostrando que é uma das bandas mais criativas de hoje – e produtivas também. Há poucas semanas o grupo divulgou a faixa “Do I Wanna Know?”, que tem presença garantida do próximo álbum dos Monkeys, AM (que chega às lojas em 10 de setembro). Hoje foi a vez de “2013” ganhar espaço na imprensa especializada em música. A canção será lançada no próximo dia 22, como lado B da ótima “Do I Wanna Know?” – que além de integrar o AM também sai no formato single. Apesar de trazer o riff característico dos últimos trabalhos da banda, essa “2013” soa mais como uma espécie de balada galáctica. Vale a pena viajar ao som dela.

 

Pearl Jam volta aos palcos, lança single e evoca o Clash

O Pearl Jam lançou na última semana a punk (e boa) “Mind Your Manners”, primeiro single do próximo álbum da banda, Lightning Bolt. O novo trabalho deve chegar às lojas em 15 de outubro e nesta semana Eddie Vedder e sua turma voltaram aos palcos ao estilo Pearl Jam, ou seja, como gente (banda) grande. Durante uma apresentação no Canadá, o grupo prestou homenagem ao grande Clash, ao tocar um trecho do hino-punk “London Calling”. Não foi a primeira vez que a banda de Eddie Vedder fez um cover do Clash, “Know Your Rights” e canções da fase solo do Joe Strummer já haviam rolado em outras ocasiões. São fatos como este que fazem a gente gostar ainda mais do Pearl Jam, não é mesmo?

 

Novidade do Smashing Pumpkins? Só o lançamento do material ao vivo “Oceania: Live in NYC”

O Billy Corgan não anda lá muito inspirado atualmente. Mas, para os fãs mais eufóricos do grupo Smashing Pumpkins, eis que surge um consolo. No próximo dia 3 de setembro a banda lança, em áudio e vídeo, o show gravado no Barclays Center, no Brooklyn. O material, cujo título é Oceania: Live in NYC, será composto pelo show completo, mais galeria de fotos e também entrevistas – para a versão em vídeo, lógico. O vídeo a seguir mostra a faixa “Cherub Rock”, tocada pelo grupo durante a apresentação que será lançada em breve.

 

Bob Dylan: da jam com o Wilco ao trailer de “Bootleg Series Volume 10.”

O gênio Bob Dylan divulgou nesta semana o trailer do documentário Another Self Portrait (1969 – 1971), que inclui entrevistas com os músicos Al Kooper e David Bromberg. Ambos tocaram nas sessões do lendário álbum Self Portrait, bem como nos vídeos de “Went To See The Gypsy”, “Pretty Saro”, “Tell Old Bill”, “Time Passes Slowly” e “When I Paint My Masterpiece”. Enquanto novidades sobre o filme são aguardadas, Dylan surpreendeu ao convidar os vocalistas Jeff Tweedy, do Wilco, e Jim James, do My Morning Jacket, para dividir o palco com ele, durante um show em Toronto, ocorrido na última segunda-feira (15). Para conferir a jam, clique aqui, já o trailer de Another Self Portrait (1969 – 1971) você confere a seguir.

 

Uma atitude digna do “Boss” Bruce Springsteen

“I want to send this one out as a letter back home. For justice for Trayvon Martin” (Quero enviar esta canção como uma carta de volta para casa. Pela justiça de Trayvon Martin), foi a frase dita por Bruce Springsteen, no último dia 16 de julho, durante uma apresentação do “Boss” no Thomond Park, em Limerick. A menção é sobre o caso do rapaz  Trayvon Martin, supostamente morto por causa de racismo em 2012. O acusado, George Zimmerman, foi considerado inocente há poucos dias, fato que gerou uma enorme polêmica. O Cultura no Prato concorda com a postura do “Boss”.  

Resumo musical da semana

Bob Dylan e sua turma

O gênio Bob Dylan divulgou nesta semana o vídeo do primeiro single de seu novo disco, a faixa “Duquesne Whistle”. O álbum “Tempest” está previsto para chegar às lojas em 11 de setembro.  Nas imagens, Bob Dylan caminha sossegado ao lado de uma turma sinistra, enquanto um casal vive um dia ‘meio agitado’.

 

Jamaica chamando!

Um dos grupos mais importantes (e fundamentais) da terra do rei do Bob Marley, os Skatalites irão se apresentar em São Paulo no próximo domingo (2). O grupo internacionalizou o ska – ritmo que no final dos anos 70 influenciou as bandas britânicas Madness e Specials – e se tornou um verdadeiro patrimônio cultural da Jamaica. A abertura fica por conta da banda BNegão & Seletores de Frequência, que recentemente lançou o ótimo Sintoniza Lá. O show irá ocorrer no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (Avenida Deputado Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha – telefone: 3984-2466). O mais legal é que você não irá pagar nada para conferir as atrações. Vai vendo. 

 

No Doubt versão DJ Diplo

O No Doubt divulgou nesta semana a faixa “Push and Shove”, produzida pelo DJ norte-americano Diplo. A canção, que dará nome ao próximo álbum do grupo, previsto para chegar às lojas em 25 de setembro, foi tocada pela primeira vez na Ryan Seacrest’s radio. Apesar de ter uma pegada bem ‘moderninha’, os integrantes do No Doubt afirmaram que as principais influências do grupo continuam sendo ritmos como ska, reggae e bandas inglesas dos anos 80. Vamos aguardar para saber se essas referências estarão no álbum Push and Shove.

 

Os 18 singles do Peppers

O grupo californiano Red Hot Chili Peppers se prepara para lançar 18 singles (isso mesmo) nos próximos seis meses. A bateria de canções novas começou nesta semana, com a divulgação das faixas “Magpie’s On Fire” (vídeo abaixo) e “Victorian Machinery”. Todas as canções que integram “os 18 singles” foram gravadas em 2011, durante sessões de estúdio. Atualmente o grupo segue trabalhando em um novo material que deve integrar o próximo álbum dos Peppers.

 

Trash Talk na (insana) gravadora Odd Future Records

O grupo californiano de punk-hardcore Trash Talk, que agora integra o time de artistas da gravadora Odd Future Records – cujo integrante mais ilustre é o doidão Tyler, the Creator –, divulgou nesta semana o single “F.E.B.N.” (sigla de “Forward Ever, Backwards Never”), que irá compor o próximo álbum da banda, chamado 119,com data de lançamento prevista para 9 de outubro. Sobre o som, um hardcore clássico digno de referências como Black Flag e Agnostic Front. Vai encarar?

Livro da semana

A balada do gênio folk/rock

 

Na verdade não é uma balada, mas um livro (acho que estou sem criatividade para escrever títulos). Quem achava que após o elogiado No Direction Home, assinado por Robert Shelton, Bob Dylan não ganharia outra biografia se enganou. Um dos principais nomes do folk/rock de todos os tempos é tema do recém-lançado A Balada de Bob Dylan – Um Retrato Musical, do autor Daniel Epstein.

A ‘pegada’ do escritor nesta obra ocorre da seguinte maneira: Epstein se baseou em quatro shows fundamentais – em 1963, 1974, 1997 e 2009 – para traçar as etapas pelas quais Dylan se reinventou, inovou e, enfim, mostrou por que é Bob Dylan. Além disso, existe a preocupação de analisar os discos essenciais do músico, passando também por características do cantor – como a personalidade forte deste gênio-chato que veneramos.  

Vale lembrar também que no dia 11 de setembro Dylan lançará seu novo álbum, Tempest, que vai celebrar o aniversário de 50 anos do primeiro disco do músico, Bob Dylan (1962). Dois lançamentos para você mergulhar no universo deste importante artista.

 

Serviço:

A Balada de Bob Dylan – Um Retrato Musical

Autor: Daniel Mark Epstein. 

Editora: Jorge Zahar.  

Páginas: 524.

Preço: R$ 47,90.

Dylan e seus 71 anos

Foto/crédito: Bob Gruen

 

O cantor e compositor Bob Dylan celebra 71 primaveras nesta quinta-feira (24). Talvez um dos nomes mais importantes da música, Dylan influenciou artistas do porte de Patti Smith, Beatles, Rolling Stones, Joe Strummer e Jimi Hendrix.

Bob Dylan e um músico de personalidade forte e raramente dá entrevistas e fala sobre seus discos e carreira. Em sua discografia, estão álbuns fundamentais como The Freewheelin’ Bob Dylan (1963), Highway 61 Revisited (1965) e Blonde on Blonde (1966), só para citar alguns – acredite, a lista é extensa.

Para celebrar o aniversário de Bob Dylan (às vezes um pouquinho chato, mas gênio), abaixo você confere três canções essenciais deste mestre da músca. Aumente o volume e deixe seu comentário.

 

Mr. Tambourine Man

Violão e gaita, ingredientes que permeiam boa parte dos trabalhos de Dylan e seu folk-blues-rock. A canção que integra o ótimo álbum Bringing It All Back Home (1965) possui uma das letras mais bonitas que Bob Dylan já escreveu, cujo refrão é carregado de esperança. Grande faixa.

 

Desolation Row

Letra emblemática e canção longa. Aqui, Bob Dylan cita diversas referências, desde personagens bíblicos até grandes nomes da literatura universal, como Ezra Pound e T.S. Eliot. A misteriosa fileira, citada diversas vezes na letra, dá indícios de que conduz à morte ou ao inferno. O final traz um solo de gaita de arrepiar  – como o Youtube é proíbido de postar canções originais de Dylan, o vídeo acima traz a versão de outro músico.

 

All Along the Watchtower

Canção que integra o álbum John Wesley Harding, lançado em 1967. A letra medieval narra os acontecimentos dentre e fora de uma misteriosa torre, que dá a entender que no local existe uma dolorosa prisão. Muitas bandas já arriscaram executá-la ao vivo, como o U2, por exemplo, mas esta bela faixa ganhou uma versão memorável na voz e guitarra de Jimi Hendrix e foi lançada no clássico disco Electric Ladyland (1968).  

Resumo musical da semana

Pixinguinha eterno

O mestre do choro, Pixinguinha, completaria 115 anos na última segunda-feira (23). A celebração começou com o lançamento do livro Pixinguinha – Inéditas e redescobertas, fruto de uma parceria entre o Instituto Moreira Salles e a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. A organização recebe assinatura de Bia Paes Leme, Pedro Aragão e Paulo Aragão. Além disso, no próximo dia 5 de maio, às 21h, os pianistas Benjamim Taubkin, Leandro Braga e Cristovão Bastos irão apresentar estas partituras, no Teatro Fecap, durante a programação da Virada Cultural.

 

Bob Dylan, o gênio chato

O cantor e compositor Bob Dylan é genial, compôs discos que estão entre os melhores de todos os tempos e possui admiradores do nível de Beatles e Rolling Stones. No entanto, é dono de uma das personalidades mais difíceis da música. O músico tocou em São Paulo nos dias 21 e 22 de abril. Carrancudo, vetou a distribuição de credenciais para jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas. Mesmo sabendo que Dylan é um gênio chato, o público que compareceu só quis saber de aproveitar o show, afinal, o que interessa é poder apreciar suas belas canções.

 

Malditas cordas vocais

Não foi desta vez que o público brasileiro conseguiu assistir à cantora Björk novamente. Por conta de um problema nas cordas vocais, a artista precisou cancelar sua participação no festival Sónar São Paulo, assim como ocorreu com outros shows que a cantora faria na América do Sul. O evento será realizado nos dias 11 e 12 de maio, no Anhembi. Dentre as atrações, destaque para o importante Kraftwerk.  

 

Super Jack White

Ele está com tudo e mais um pouco. Se tem um disco que está recebendo enxurradas de comentários elogiosos é o último álbum do mago Jack White, chamado Blunderbuss – em breve teremos uma resenha sobre o disco aqui no blog, aguardem. Além disso, o site da revista britânica New Musical Express publicou nesta semana que Jack White será responsável pela trilha sonora da nova adaptação da Disney para o filme The Lone Ranger, que terá no elenco ninguém menos que Johnny Depp e Armie Hammer. O cara está com moral, fala sério.

 

O samba está de luto 

Quando comecei a escrever este texto imaginei a festa que estaria rolando no além, ocasionada pelo encontro entre os “três malandros”, Moreira da Silva, Bezerra e Dicró. Pois é, se por um lado perdemos Dicró (no último dia 26), grande sambista, dono de letras divertidíssimas e vascaíno roxo, agora os músicos que integraram o lendário disco Os 3 Malandros In Concert estarão juntos novamente. Sobre Dicró, o que se pode dizer é que dificilmente teremos outro sambista como ele. Mas, como diria o clássico verso do gênero musical mais brasileiro de todos: “o show tem que continuar…”.

 

O gênio, o chato… Bob Dylan, seis vezes Brasil!!

Bob Dylan nos anos 60 (Foto: BobDylan.com)

 

O mago folk-rock-blues Bob Dylan fará seis shows no Brasil no mês de abril. O cantor, considerado um dos mais importantes da história da música, vai passar por São Paulo (nos dias 21 e 22), Rio de Janeiro (15), Brasília (17), Belo Horizonte (19) e Porto Alegre (24).

Dylan carrega na bagagem o status de ícone, no mesmo patamar de Beatles e Rolling Stones, e em sua discografia estão clássicos como Bringing It All Back Home (1965) e Highway 61 Revisited (1965). No entanto, o cara também é dono de uma das personalidades mais difíceis da música. Após sua última passagem pelo Brasil, em 2008, muitos fãs reclamaram que algumas canções importantes de sua carreira faltaram no repertório.

O último show de Bob Dylan ocorreu na Inglaterra, no dia 21 de novembro de 2011. Na ocasião, o set list foi o seguinte:

Leopard-Skin Pill-Box Hat
It’s All Over Now, Baby Blue
Things Have Changed
Spirit On The Water
Honest With Me
Forgetful Heart
The Levee’s Gonna Break
Man In The Long Black Coat
Highway 61 Revisited
Desolation Row
Thunder On The Mountain
Ballad Of A Thin Man
All Along The Watchtower
Like A Rolling Stone
Forever Young

Particularmente, achei interessante. Mas com certeza vai ter gente dizendo: “ah, mas faltou essa…”. Até aí normal. E você, gostou? Deixe seu comentário.

Todos tocam Bob Dylan

O site da revista britânica New Musical Express publicou nesta semana uma seleção das melhores versões já elaboradas para músicas de Bob Dylan. A relação traz PJ Harvey, Rage Against The Machine, Johnny Cash e June Carter, George Harrison, entre outros nomes.

Pegando carona nessa lista, decidi publicar aqui no blog a minha versão favorita, que por sinal, ficou com o primeiro lugar, de acordo com a matéria publicada. A bela “All Along The Watchtower”, gravada pelo power trio Jimi Hendrix Experience, em 1968. Aumente o volume!