As jornadas de Iggy e Patti

iggy-e-patti
Patti Smith e Iggy Pop, durante show beneficente organizado em prol da cultura tibetana, em 2014 (Foto: Evan Agostini/Invision).

Nas discussões que resgatam acontecimentos ocorridos em 2016, é quase unanimidade que o último ano golpeou duramente a música pop, considerando a quantidade de artistas que faleceram – entre os quais estão David Bowie, Prince e Leonard Cohen. Mas há músicos que seguem firmes em suas jornadas e adentraram 2017 combativos em relação ao tempo que nos consome, cujo conteúdo de suas obras é alicerce criativo e inspirador para artistas mais jovens: Iggy Pop e Patti Smith.

Patti subiu ao palco pela primeira vez à frente de uma banda na década de 1970, no momento em que uma cena marginal começava a moldar o que anos depois viria a ser o punk rock. Mesclou elementos de poesia à simplicidade e energia que marcavam a linguagem musical dessa nova vertente underground roqueira. No último dia 30 de dezembro, completou 70 anos (45 de carreira) e anunciou uma pequena turnê cujo repertório será justamente seu álbum de estreia, o ótimo Horses (1975).

Outro padrinho do punk rock, Iggy Pop começou sua trajetória no final dos anos 1960, liderando o grupo The Stooges, que apesar de não ter alcançado sucesso comercial influenciou os principais músicos do punk – de New York Dolls a The Clash, passando por Ramones e Buzzcocks, as cenas britânica e norte-americana beberam na fonte Stooges. Em 2016, lançou o álbum Post Pop Depression (2016), ao lado de artistas de grupos atuais como Queens Of The Stone Age e Arctic Monkeys, além de na última semana ter firmado parceria também com o DJ Danger Mouse.

Ambos desafiam o tempo. A relação dos trabalhos de Patti e Iggy, de densidade performático-poético, estabelece laços duradouros com as novas produções e gerações, escapando à liquidez problematizada por Bauman – que infelizmente faleceu no último dia 9 de janeiro –, uma vez que suas obras são fonte de inspiração constante para quem pisa no movediço campo da criação artística.

Resumo musical

Karen O, violão e alguns fãs

A incendiária Karen O do grupo Yeah Yeah Yeah está empenhada na divulgação de seu álbum solo, Crush Songs. Se à frente de sua banda (YYYs) ela solta a voz num estilão punk 77, em seu novo trabalho ela relaxa e quase sussurra ao som do violão. A turnê do álbum tem sido marcada por pequenos shows, para poucas pessoas, em ambientes intimistas que dialogam com a ideia do disco – muitos deles, acredite, ocorrem nas residências dos próprios fãs. Um dos resultados é o vídeo publicado nesta semana pela revista (hoje digital) Spin. Morri de inveja.

Raveonettes lança video da faixa “Killer in the Streets”

A dupla dinamarquesa Raveonettes divulgou nesta semana o vídeo da canção “Killer in the Streets”. A faixa integra o álbum Pe’ahi, sétimo trabalho de estúdio do duo. A narrativa do clipe é sobre uma espécie de assassina bonitona, ambientada no caos urbano que já temperou outros vídeos do Raveonettes – assim como a sonoridade de batida eletrônica, guitarra distorcida e vocais bem trabalhados.

Pixies lança vídeo e homenageia fãs

O Pixies resolveu retribuir ao carinho das meninas Adi Frimmerman e Lital Mizel, que em 2005 gravaram um vídeo amador para a canção “Hey”, obtendo uma tempestade de acessos no Youtube. Hoje, mais crescidinhas, as moças foram convidadas a participar do clipe da faixa “Ring The Bell”, do álbum Indie Cindy – disco que é fruto de uma sequência de EPs lançados no ano passado. Fala sério, é amor demais para um videoclipe só (hehe).

Public Enemy leva raiz hip-hop ao Jimmy Fallon 

O programa do Jimmy Fallon recebeu um dos principais nomes do hip-hop nesta semana, o norte-americano Public Enemy, grupo obrigatório em qualquer discografia séria de rap – se você não conhece, trate de escutar os caras. Chuck D e Flavor Flav, ao lado do também importante The Roots, atualmente estão em meio às comemorações dos 30 anos da gravadora Def Jam, pela qual eles e outros artistas do gênero lançaram seus respectivos trabalhos, quando o hip-hop começava a ganhar espaço na música – Afrika Bambaataa e LL Cool J também fazem parte da turma que lançou disco pela Def. Na visita ao Fallon, Public Enemy e Roots tocaram o clássico “Public Enemy No. 1″, bomba sonora de 1987 que integra o disco Yo! Bum Rush the Show (Public Enemy). Sem mais.

Alguém traga a Patti Smith ao Brasil já!

A lendária poeta-punk Patti Smith participou do festival Riot Fest, ocorrido em Chicago na última semana. Aos 67 anos, Patti foi um dos destaques do evento, ganhando, inclusive, menção no site da Consequence Of Sound, tanto por citar o incrível grupo MC5, como também por dizer o seguinte, ao final do clássico “People Have The Power”: “Our governments, our corporations would like us to feel defeated, but we have it with our numbers if we use it. Don’t forget it!”. Demorou para algum desses festivais trazer a Patti ao Brasil.

Resumo musical

Filme sobre Nick Cave ganha novo trailer

O filme 20,000 Days On Earth, sobre soturno Nick Cave, ganhou novo trailer na última semana. O trabalho recebeu dois prêmios no festival Sundance Film, no início do ano, e chega aos cinemas no dia 19 de setembro – ainda não há confirmação, mas o longa deve ser exibido em algumas salas do circuito alternativo de Sampa, pelo menos, é o que a gente espera (hehe). O roteiro narra 24 horas ficcionais na vida do músico australiano e traz no elenco Ray Winstone, Kylie Minogue e o correligionário de Bad Seeds do Nick Cave, Warren Ellis. Clique aqui e confira.

 

Documentário sobre os Beatles saindo do forno

Semana de roqueiros no cinema. Um documentário autorizado pela Apple (gravadora) sobre os Beatles será dirigido por Ron Howard (que já faturou premios no Oscar por trabalhos como Frost/Nixon e A Beautiful Mind). O projeto conta com o apoio de Paul McCartney, Ringo Starr, Yoko Ono e Olivia Harrison e irá narrar a história dos quatro músicos de Liverpool, dos shows no inferninho Cavern Club à grande turnê que rendeu memoráveis apresentações no Candlestick Park, São Francisco, em agosto de 1966. Repare na qualidade das imagens do trailer, vem coisa boa por aí. Ah, esqueci de enfatizar: a performance de “I’m Down”, ao final do vídeo, é dos registros mais incríveis do grupo (na minha opinião!) – com direito a um Lennon endiabrado no teclado.

 

Nana Rizini lança vídeo de “Me Deixa Dançar”

A cantora Nana Rizini lançou neste ano o álbumLa Na Nana, projeto que contou com a contribuição da mente criativa do músico e produtor Adriano Cintra (Madrid e ex-CSS), entre outras participações. Na última semana, Nana lançou o vídeo do single  “Me Deixa Dançar” (que a gente já andou elogiando por aqui), com imagens que remetem aos anos 80, assim como a sonoridade pop-new wave da canção. O clipe pode ser conferido na plataforma VEVO.

 

 

Patti presta homenagem a Nico

A lenda punk-literária Patti Smith une forças com o grupo artístico Soundwalk Collective para prestar homenagem justíssima à cantora Nico, que integrou o Velvet Underground no lendário álbum homônimo do grupo, lançado em 1967. A performance consiste na declamação do poema Killer Road, acompanhado por arranjos instrumentais, inspirado no dia em que Nico faleceu após um acidente de bicicleta, em Ibiza, ocorrido em 1988 – cuja peça musical inclui um trecho assinado pela própria Nico. Repare na força poética dos versos declamados por Patti. O projeto pode ser conferido no site da revista Uncut.

 

 

Johnny Depp e Aerosmith

O roqueiro-ator Johnny Depp protagonizou outra aparição ao lado de uma banda de rock. Após tocar, nos últimos anos, com artistas como Marilyn Manson, Black Keys e Oasis (entre outros), Johnny Depp dividiu o palco com o Aerosmith, durante uma apresentação ocorrida nesta semana, para com a banda a faixa “Train Kept A-Rollin”. Claro que alguém que estava assistindo ao show gravou e compartilhou a pérola no Youtube. Cá entre nós, ele mandou super bem em meio aos experientes roqueiros do Aerosmith.

Resumo musical

Lirinha faz show no Sesc Vila Mariana em parceria com o projeto Mortevida

O músico Lirinha irá se reunir com o projeto de artes plásticas MORTEVIDA, no teatro do SESC Vila Mariana, no próximo dia 31 de Janeiro, a partir das 21h. Intitulado LIRA, o show celebra o lançamento do vídeo da canção “Eletrônica Viva”, dirigido por Mozart Fernandes e Mônica Rodrigues Fernandes, em parceria com a Bonita Produções. O cenário é assinado pelo MORTEVIDA. O público que comparecer, além de conferir a um show imperdível, terá a oportunidade de conferir, pela primeira vez, o novo clipe do artista.

 

O Vanguart invrível fazendo Molejo. Sério!

A música nos proporciona essas coisas deliciosas de se ver e ouvir. Esta foi a frase que disse a um amigo, hoje, após comentar a versão feita pelo Vanguart para a canção “Cilada”, do grupo de pagode Molejo. A releitura ocorreu no programa O Jardim de Inverno, apresentado por Chay Suede. Achei a versão linda, falo sério, sem brincadeira. Se fosse para escrever uma resenha, eu começaria mais ou menos assim: “o indie-folk deu um jeito de encontrar o pagode, a química rolou”.

 

E a Patti (idem) fazendo Rihanna

A poeta-punk Patti Smith é uma das artistas que mais admiro na música – desde sempre. No final de dezembro ela realizou um show no Webster Hall, em Nova Iorque. Nesta semana a NME nos presenteou ao resgatar um dos momentos mais marcantes e inusitados desta apresentação: quando Patti tocou “Stay”, da cantora R&B Rihanna. A versão ficou linda e, volto a dizer, surpresas como esta é que fazem a música ser algo tão incrível.

 

Disclosure e Mary J Blide, a nova grande parceria musical

Na última semana a dupla mais comentada do cenário eletrônico-indie, o Disclosure, dividiu o palco com a cantora Mary J Blide – artista que também está fazendo barulho no campo da música. A parceria deu tão certo, que nesta semana Guy e Howard Lawrence (os irmãos que formam o Disclosure) divulgaram o vídeo oficial da canção “F For You”, que integra o álbum lindo Settle. A faixa, claro, também conta com a Mary J Blide nos vocais na versão de estúdio.

 

Beck divulga faixa de novo álbum

O músico Beck prepara  o lançamento de seu próximo trabalho, o disco Morning Phase, previsto para chegar ao mercado em 25 de fevereiro. Na última semana, o cantor, que fez um belo show no Planeta Terra 2013, divulgou a canção “Blue Moon”, faixa cadenciada e que certamente vai embalar muitos romances hipsters (haha). Estou errado?

Johnny Depp convoca seleção de roqueiros

 

O ator mais roqueiro de Hollywood, Johnny Depp – no vídeo acima ele ‘só’ divide o palco com os Black Keys –, em parceria com o diretor Gore Verbinski e o produtor Hal Willner, irá reunir um time incrível de lendas do rock na compilação Son of Rogue’s Gallery: Pirate Ballads, Sea Songs and Chanteys, cujas canções vão abordar a temática ‘pirata’.

Para elaborar o repertório, Depp convocou músicos que já cruzaram os sete mares do rock, muitos deles, sobreviventes de que atravessaram gerações. Entre os ‘piratas roqueiros’, destaque para as parcerias entre Tom Waits e Keith Richards, Iggy Pop e A Hawk And A Hacksaw, Patti Smith e o próprio Johnny Depp, Michael Stipe e Courtney Love, além de Dr John, Marianne Faithfull e Broken Social Scene.

O álbum deve chegar às lojas em 18 de fevereiro, no formato de CD duplo, com 36 faixas. A relação completa de canções, que irão compor Son of Rogue’s Gallery: Pirate Ballads, Sea Songs and Chanteys você confere a seguir:

 

CD 1:

 Shane MacGowan – “Leaving of Liverpool” [ft. Johnny Depp and Gore Verbinski]

 Robyn Hitchcock – “Sam’s Gone Away”

 Beth Orton – “River Come Down”

 Sean Lennon – “Row Bullies Row” [ft. Jack Shit]

 Tom Waits – “Shenandoah” [ft.Keith Richards]

 Ivan Neville – “Mr Stormalong”

 Iggy Pop – “Asshole Rules the Navy” [ft. A Hawk and a Hacksaw]

 Macy Gray – “Off to Sea Once More”

 Ed Harcourt – “The Ol’ OG”

 Shilpa Ray – “Pirate Jenny” [ft. Nick Cave and Warren Ellis]

 Patti Smith and Johnny Depp – “The Mermaid”

 Chuck E Weiss – “Anthem for Old Souls”

 Ed Pastorini – “Orange Claw Hammer”

 The Americans – “Sweet and Low”

 Robin Holcomb and Jessica Kenny – “Ye Mariners All”

 Gavin Friday and Shannon McNally – “Tom’s Gone to Hilo”

 Kenny Wollesen and The Himalayas Marching Band – “Bear Away”

 

CD 2:

 Frank Zappa and the Mothers of Invention – “Handsome Cabin Boy”

 Michael Stipe and Courtney Love – “Rio Grande”

 Marc Almond – “Ship in Distress”

 Dr John – “In Lure of the Tropics”

 Todd Rundgren – “Rolling Down to Old Maui”

 Dan Zanes – “Jack Tar on Shore” [ft. Broken Social Scene]

 Sissy Bounce (Katey Red and Big Freedia) – “Sally Racket” [ft. Akron/Family]

 Broken Social Scene – “Wild Goose”

 Marianne Faithfull – “Flandyke Shore” [ft. Kate and Anna McGarrigle]

 Ricky Jay – “The Chantey of Noah and his Ark (Old School Song)”

 Michael Gira – “Whiskey Johnny”

 Petra Haden – “Sunshine Life for Me” [ft. Lenny Pickett]

 Jenni Muldaur – “Row the Boat Child”

 Richard Thompson – “General Taylor” [ft. Jack Shit]

 Tim Robbins – “Marianne” [ft. Matthew Sweet and Susanna Hoffs]

 Kembra Phaler – “Barnacle Bill the Sailor [ft. Antony, Joseph Arthur, and Foetus]

 Angelica Huston – “Missus McGraw” [ft. The Weisberg Strings]

 Iggy Pop and Elegant Too – “The Dreadnought”

 Mary Margaret O’Hara – “Then Said the Captain to Me (Two Poems of the Sea)”

 

Resumo musical da semana

Garotas Suecas no Cine Joia, dica para o feriadão!

O elogiado grupo Garotas Suecas toca neste sábado no aconchegante Cine Joia, em São Paulo. A banda paulistana vai apresentar canções de seu último trabalho, o álbum Escaldante Banda (2010), que traz uma mistura bem-sucedida de Jovem Guarda, rock psicodélico e Jorge Bem. O show começa às 22h e o local também receberá o grupo gaúcho Apanhador Só. Um belo programa para o feriado chuvoso.

 

“Love Me Do” completa 50 anos

Há 50 anos os Beatles lançaram o clássico “Love Me Do”, primeiro de muitos singles do grupo que chegaram ao topo das paradas de sucesso em todo o planeta. A canção integra o álbum de estreia da banda de Liverpool, Please Please Me – um dos meus favoritos dos Beatles –, que certamente é um marca na história da música pop. Ao longo da carreira os fab four entrariam numa fase mais experimental e psicodélica, em discos como Revolver e Sgt. Pepper’s, mas o fato é que grande parte dos fãs dos Beatles foram arrebatados por canções de melodia ensolarada como “Love Me Do”.  

 

Patti and Johnny

O ator-roqueiro Johnny Depp já está virando figurinha carimbada em grandes parcerias musicais. Como se não bastasse dividir o palco com Marilyn Manson e Black Keys, o cara gravou um dueto com a poeta-punk Patti Smith, na faixa “Banga” (clique aqui e confira), que vai integrar o próximo álbum de inéditas de Patti. Além da parceria com Johnny, a eterna diva do cenário underground de Nova Iorque também compôs uma canção dedicada à cantora Amy Whinehouse (vídeo abaixo).

 

A canção perdida de Michael

A faixa “Don’t Be Messin’ Round”, relíquia perdida que foi lançada como “lado B” de “Don’t Be Messin’ Round”, que integra o álbum Bad foi divulgada na última quarta-feira (6). A música será lançada em uma edição comemorativa dos 25 anos do disco. Um aperitivo e tanto para os fãs do rei do pop Michael Jackson.

 

Elvis não morreu… Sério!

Segundo o site do jornal O Estado de S. Paulo, a empresa responsável pelo incrível holograma do “finado” rapper Tupac Shakur, que impressionou a plateia do festival Coachella deste ano, a Digital Domain Media Group, pretende ressuscitar o rei do rock Elvis Presley. O projeto será realizado em parceria com a empresa que administra a marca do roqueiro, a Elvis Presley Enterprises, que afirmou que a técnica do holograma pode “trazer a magia e a música de Elvis Presley de volta à vida”. Demais, né?   

O templo do punk rock norte-americano nos cinemas

 

Veículos importantes como Rolling Stone, Spin e Variety publicaram nesta terça-feira (5) que o filme sobre o lendário clube norte-americano CBGB vai mesmo ocorrer. Uma prova disso é que alguns atores, que irão interpretar ícones da música que frequentaram o estabelecimento, já foram confirmados.

De acordo com as reportagens, a atriz Malin Akerman vai interpretar a vocalista do grupo Blondie, Debbie Harry, enquanto a poeta e cantora Patti Smith será interpretada por Mickey Sumner. Já o proprietário do CBGB, Hilly Dristal, vai ser incorporado pelo ator britânico Alan Rickman. Outra confirmação foi o papel do guitarrista dos Dead Boys, Cheetah Chrome, que ficou com o “astro Harry Potter”, Rupert Grint (dá pra acreditar?).

Entretanto, o grande destaque no elenco – pelo menos até momento – ficou por conta do baterista da banda Foo Fighters, Taylor Hawkins, como Iggy Pop, talvez a lenda máxima da cena punk de Nova Iorque. O cabelo não é a única semelhança entre Iggy e Taylor, para quem não sabe, o líder dos Stooges foi baterista da banda de garage rock The Iguanas antes de se tornar um dos vocalistas mais incendiários do rock.

Durante os anos 70, o clube CBGB (confira imagens do local no vídeo acima) ficou conhecido por receber artistas do cenário underground de Nova Iorque, como Ramones, Dead Boys, Televison, Blondie, Patti Smith e Richard Hell. Estes nomes formaram a primeira safra de bandas do gênero punk rock, que posteriormente exerceu forte influência na Inglaterra dos Sex Pistols. Somente pela importância histórica, é possível afirmar que o filme promete.  

Sete mulheres “do rock”

O Dia Internacional da Mulher é uma data que nem sempre é compreendida. A celebração, de maneira bem resumida, visa conscientizar as pessoas sobre a importância de condições iguais na sociedade, relembrar fatos históricos e levantar questões polêmicas que necessitam ser discutidas.

Pensando nesta importante data, decidi montar uma lista com mulheres que admiro no rock. Lá vai:

 

Rainha da new wave

Se a new wave tivesse outro nome, seria Debbie Harry. A bela vocalista, líder da banda Blondie, chegou a ser capa das revistas mais importantes do planeta, no final dos anos 70, período no qual o grupo lançou o ótimo Parallel Lines. Dona de uma voz marcante, Dabbie Harry parece ter resistido aos efeitos do tempo, o lançamento do álbum Panic of Girls, no ano passado, é uma boa prova disso. Quem sabe o Blondie não aparece aqui no Brasil, seria legal, vai…

 

Polêmica e competente

Courtney Love, vocalista da banda Hole, é uma das personagens mais polêmicas da música contemporânea. Uns amam, outros detestam. No entanto, é impossível deixar de afirmar que suas performances são carregadas de atitude e, às vezes, chegam até a exibir momentos polêmicos. Durante o show do Hole no festival SWU, Courtney implicou com um fã que exibia uma foto de seu ex-marido, Kurt Cobain. A moça ficou brava, xingou, deixou o palco e alfinetou o rival Dave Grohl (Foo Fighters), mas claro, voltou para continuar a apresentação. Puro rock’n’roll, baby.

 

A poeta punk

Patti Smith declamou seus primeiros poemas na cena underground de Nova Iorque, onde circulavam figuras como Iggy Pop, Richard Hell e Lou Reed. Essa trupe de artistas, aliás, ajudou construir os alicerces do punk. Situada entre Rimbaud e Keith Richards, Patti lançou discos importantes e ganhou admiradores do porte de Allen Ginsberg e Bob Dylan. Por esses e outros (milhares) de motivos, a poeta punk deve ser incluída em toda e qualquer lista de melhores letristas da história da música. 

 

Eterna ovelha negra

A cantora e compositora Rita Lee faz parte da história da música brasileira. Nos anos 60 integrou o lendário grupo Os Mutantes, ao lado dos ‘maluções’ Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, e sua carreira solo foi construída com um legado repleto de hinos como “Ovelha Negra”, “Lança Perfume” e “Baila Comigo”, entre muitos outros. Recentemente anunciou que irá abandonar os palcos. Durante um de seus últimos shows, discutiu com policiais que revistavam fãs na platéia, o caso acabou indo parar na delegacia. Se a atitude da cantora foi correta ou errada, cada um pode julgar da maneira que achar coerente. Particularmente, achei digna de uma verdadeira rock star… Yeah!

 

Garota da Califórnia

Resolvi incluir uma artista nova na lista, a vocalista do grupo californiano Best Coast, Bethany Cosentino, que é dona de uma das vozes mais bonitas do rock atual. O grupo liderado pela moça lançou seu disco de estreia em 2010, o ótimo Crazy For You, um dos melhores daquele ano. Canções ensolaradas e com certo romantismo (mas sem os velhos clichês) no ar são conduzidas por belas melodias e acordes de guitarra. O próximo disco do grupo, que vai se chamar The Only Place, será lançado neste ano e algumas canções que irão compor o trabalho já foram divulgadas pela banda.

 

Karen é cool

A vocalista Karen O, da banda Yeah Yeah Yeahs (curto demais esse nome…), é dona de uma performance incendiária. No palco, a cantora exibe um figurino digno de revistas de moda, mas com a dose necessária de atitude roqueira. A sonoridade do grupo de Nova Iorque começou baseado numa espécie de ‘punk chique’ e chegou a uma mescla entre anos 80 e eletrônico, no último álbum It’s Blitz. Atualmente, a banda anda sumida. Já Karen segue trabalhando em projetos paralelos que vão da parceria com Trent Reznor à ópera Stop The Virgens. Cool.

 

Bombásticas

Neste caso não é uma, mas cinco mulheres. É absolutamente impossível listar bandas formadas por garotas sem mencionar a Runaways, que ficou famosa no final dos anos 70. O grupo formado por Joan Jett, Cherie Currie, Sandy West, Lita Ford e Jackie Fox abriu caminho no rock sem pedir permissão aos marmanjos de plantão. Infelizmente, as Runaways tocaram pouco tempo juntas, turnês cansativas e a pouca idade talvez tenha atrapalhado uma carreira mais longa. Apesar disso, as garotas foram capazes de gravar clássicos como The Runaways (1976) e Queens of Noise (1977), ambos essenciais em qualquer discografia séria de rock’n’roll.

 

A lista acima cita apenas algumas das inúmeras mulheres que possuem trabalhos interessantes no rock. Antes que alguém atire a primeira pedra, tenho consciência que deixei de fora nomes como Janis Joplin, Sioux and The Banshees, PJ Harvey, Cat Power, Shirley Manson, Mercenárias, Chrissie Hynde e Björk, entre outras artistas… Sorry. E você, quais artistas incluiria em sua lista?