Embora certo pessimismo seja percebido com frequência em discussões de mesa de bar, sobre a produção musical recente, é preciso obsevar com atenção o trabalho de artistas que destoam da padronização característica da indústria cultural. E em meio a essas brechas, às vezes nos deparamos com obras bem boas, como a da cantora australiana Courtney Barnett – que em 24 de março lança seu álbum de estreia, Sometimes I Sit and Think, and Sometimes I Just Sit.
Após lançar dois bons EPs – I’ve Got a Friend called Emily Ferris (2012) e How to Carve a Carrot into a Rose (2013) –, Barnett aos poucos ganhou espaço no cenário atual: tocou em festivais importantes, montou seu próprio selo (gravadora independente), o Milk! Records, e recebeu elogios da crítica especializada em música – o diário digital Pitchfork, por exemplo, inseriu a bela canção “Avant Gardener” em sua seleta lista de “Melhores de 2013”. E essa repercussão positiva não ocorre à toa.
Musicalmente, Courtney Barnett evoca os bons momentos do grupo Pixies, conecta o indie-rock ao folk com uma proposta de guitarra que alterna entre distorções e momentos mais acústicos, e ainda exibe um desleixo blasé ao melhor estilo Thurston Moore (Sonic Youth). Ficou com vontade de conhecê-la? Em 2014, Barnett participou de um show organizado pela rádio norte-americana KEXP, a apresentação está disponível na plataforma YouTube (vídeo abaixo). Recomendo.
Outra novidade que rolou nesta semana, é que o álbum de estreia da cantora foi disponibilizado para audição (somente em solo norte-americano, hehe!) no iTunes. Aqui no Brasil, infelizmente a gente só consegue ouvir “Depreston” e “Pedestrian at Best”. O jeito é aguardar.