O Arcade Fire e sua admiração pelo Clash

 

Desde que surgiu no cenário musical, o Arcade Fire parece estar disposto a experimentar – musicalmente falando, claro. A banda canadense chegou a passar pelo Brasil, ainda pouco conhecida, durante o extinto Tim Festival, em 2005 – ao lado do Strokes. Mas é desde o álbum The Suburbs (2010) que o grupo vem ganhando cada vez mais respeito no cenário musical.

No campo sonoro do Arcade Fire, há lugar para piano, violino, xilofone, teclado, acordeão e harpa. A experimentação é na dose certa e os instrumentos compõem o estilo indie único da banda. Não à toa artistas do nível de David Bowie têm rasgado elogios ao grupo. Em seu trabalho mais recente, Reflektor, o Arcade vai da dance music ao folk de maneira ousada, e dialoga com o Clash dos tempos de Sandinista! (1980).

A menção ao Clash neste texto não tem nada a ver com minha admiração pelo grupo britânico de punk rock, mas pela paixão do próprio Arcade Fire pelo legado da banda liderada por Joe Strummer. Em 2007, o grupo canadense gravou uma versão poderosa para “Guns Of Brixton”, durante um especial na BBC, e nesta semana vazou na web outra homenagem – igualmente linda.

Durante um show ocorrido em novembro, no lendário Roundhouse, Londres – onde o Clash cansou de tocar –, o Arcade Fire tocou o clássico punk “I’m So Bored With The USA”, seguindo à risca a cartilha dos três acordes. Ficou bem boa. Já estou na torcida para que eles toquem a mesma versão por aqui, no Lolla 2014.

 

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